O homem é um sujeito inquieto por natureza - hiperativo. Por isso vive por aí fazendo de tudo, e a vida em sociedade é isso mesmo: um permanente canteiro de obras, das abstratas ao concreto armado... construção. O homem constroi e destroi para depois constriuir novamente desde tempos imemoriais, das pirâmides do Antigo Egito às modernas torres que arranham os céus das metrópoles. Contruimos sobre ruínas e depois nos afundaremos nelas para que o homem do futuro - possivelmente o moderníssimo homem de filé mignon, edifique a sua civilização.
O canteiro de obras por ali era grande - não saberia quantificar em metros ou até em hectômetros quadrados a dimensão superficial pois me é alheia tal capaicidade, como é alheia a uma criança a ideia abstrata do que venha a ser um Estado. Margeava-o uma importante avenida da cidade. Por ela passam as canaletas do famoso expresso curitibano, que emancipou o reduto do vampiro à posição de terceira melhor cidade do globo terrestre. E ouvia-se que a intensão era edificar ali um extenso conjunto habitacional, confortável aos futuros moradores e severo às mãos que lhe alisam as arestas. Dizia-se que o homem que jazia esparramado no asfalto quente, cozinhando nessa imensa frigideira, era um operário que ali trabalhava, um entre tantos... um exército de "suor e lágrimas". A vida lhe escorrendo pela cabeça, chegava-lhe aos pés e tomava toda a estrada. O imenso expresso silencioso, vazio por dentro e por fora, terrível acaso, piscava as lâmpadas. Jogaram-lhe um pedaço de pano à face para lhe incubrir a identidade e preservar sua dignidade. O choro dos companheiros era um sussurro distante. Eram as sirenes da ambulância se aproximando... eram as luzes do camburão do IML encostando.
Um dentre eles puxa uma oração - quem me dera ter um espírito assim, de fortaleza em momento de dor aguda no coração. É... Foi como rezam os versos da canção.
você se superou!!
ResponderExcluirfantastico!!
Carlos... aquele o... Drumond... que se cuide!!!
Abraço meu caro